quarta-feira, 20 de abril de 2016

Meu embarque finalmente chegou




Hello people, depois de dois meses sem aparecer aqui, estou de volta, e nos EUAAAAA!!!! Desculpemmmmmmmm!
Vou contar tudo sobre o meu embarque pra atualizar vocês.

É difícil depois de tanto tempo lembrar de tudo, mas vou tentar ser fiel ao máximo às minhas emoções como foram. Após meu match, fiquei mais uns dias na praia com a minha mãe (eu estava morando lá temporariamente), fui pro Guarujá numa viagem louca, e voltei pra minha cidade, pra curtir meu carnaval no tão esperado OBA! O carnaval foi um sucesso, e assim que acabou, já peguei carona com uma amiga e fui pra São Paulo tirar meu visto. Eu sentia que tava esquecendo alguma coisa pra levar no CASV e é claro que eu esqueci. Mas deu tudo certo, gracas a um despachante credenciado, que pra minha sorte estava lá, me tomando alguns milhoes (mentira, foi 20 reais).

Após minha visita ao consulado e o tão sonhado visto aprovado, faltavam 16 dias pra minha viagem. Mal podia acreditar! Era hora de começar as despedidas.. terminar as malas, preparar o emocional e aproveitar o máximo que eu pudesse. Na verdade, fiquei mais em casa, o pouco que acabei saindo foi suficiente pra fazer merda, mas isso já é oooutra história. Na sexta-feira antecedente ao meu embarque, recebi meus familiares em casa pra um jantar e assim me despedi de todos. No sábado a noite, lá estava eu, embarcando pra São Paulo, com três malas gigantes, sozinha, num ônibus. Por incrivel que pareça, de última hora eu e minha mãe brigamos quando deixei minha casa e de frente pro onibus tive que telefoná-la e pedir desculpas, foram inevitáveis as lágrimas que caíram. Aquele momento que vi meu pai ali, me deixando na porta do ônibus, doeu.. 

Cheguei às 7 da manhã do domingo na rodoviária de SP e fui recepcionada novamente por minha querida amiga Laura, que cuidou demais de mim nesses últimos dias. Às 4h da tarde já estava rumo ao aeroporto pra embarcar às 22h da noite. A partir daí tudo o que senti foi estranho.. e dificil de explicar. De alguma forma inacreditável, eu não estava ansiosa, eu não estava empolgada, eu não estava triste, nem feliz, ou pelo menos não o quanto deveria. EU NUNCA VOU SABER EXPLICAR COMO EU ESTAVA. Foi tudo tão normal. Não era a minha primeira vez ali, naquele aeroporto, naquela situação, de deixar o meu país por outro. A única coisa que mudava era o destino. Então acho que por isso a sensação já não era a mesma, a expectativa já não era a mesma. Eu havia aprendido a lidar com aquela situação e a novidade já não era tanta. Encontrei as outras au pairs que embarcavam comigo e ficamos juntas desde então, até aterrissar, até chegar ao hotel e até deixar o hotel. Até hoje troco mensagens com uma boa parte delas. <3

O voo foi tranquilo, felizmente peguei uma poltrona para o corredor (ja que adoro ir ao banheiro) e pude sair quantas vezes quis. Do meu lado estava uma au pair do Ceará, atras de mim uma de Sao Paulo, mais ao fundo algumas outras, e mais a frente algumas outras. O voo estava infestado de au pairs muito felizes. Com todas essas mantenho contato até hoje! Foram quase 11 horas de voo. Deixamos o Brasil mais de 22h da noite e chegamos a NY as 8h do horário de Brasilia numa segunda-feira (6h do horario daqui). Foi um voo infinito. Eu já nao tenho mais tanta paciência pra lugares desconfortáveis como costumava ter.. Embora tenha conseguido dormir uma boa parte, ainda foi bem desagradável aquela poltrona estreita e eu não via a hora de chegar. A comida foi ótima e as opções de entretenimento também. 

Quando finalmente senti as rodas do avião pousando, só conseguia pensar "eu nao acredito que estou aqui", "com certeza nao volto mais" (CALMA MAE!), "finalmente cheguei", e nesse momento, uma lágrima sorrateira fugiu ao meu controle. Um flashback de todos os filmes que vi e que me fizeram querer vir passou em minha cabeça. A felicidade invadiu. A sensação era de estar vivendo o sonho (que aliás é a que sinto até hoje), de ter alcançado meu objetivo, de que todos os problemas haviam acabado e que finalmente, minha vida começava. O que acabou mudando um pouco depois, pois hoje acredito que de fato uma nova etapa de minha vida comecou, mas a parte que mais me fez sentir viva foi o processo de tudo isso, onde os sentimentos sao mais intensos, porque exige esforço, exige luta, existe expectativa, existe preocupação. 

Desde que cheguei tudo tem sido muito fácil, tudo tem sido só sorrisos. Já não há mais obstáculos tão grandes. Não há dificuldades a não serem superadas, não há preocupações que não sejam efêmeras.. Nao há um só dia em que a tristeza supere a alegria. Existe saudade sim, existem lembranças, mas acima de tudo, existe alguém satisfeita por chegar onde chegou. Desde aquele dia que aterrissei no aeroporto de Nova York e vi o primeiro taxi amarelo, dentro de mim, só existia uma menina gritando "Agora nada é impossível!".